sábado, maio 05, 2007

28 de abril

Acordei cedo para comprar ingressos para o décimo aniversário do AREA, que segundo as informações que eu li, começariam a vender hoje. Fui na Loppi da Lawson e quando digitei o código do show, apareceu uma mensagem de que não estava vendendo ainda...
Tudo bem, como hoje eu ia no zoológico de Ueno com a Eri, eu tinha que acordar cedo de qualquer jeito.
Até Ueno é um longo caminho de trem, ainda mais que eu prefiro pegar o metrô que é mais barato, mas exige paciência e atenção para fazer todas as baldeações. Para piorar tudo, no caminho, na estação de Makuhari, o trem pára poucos segundos depois de sair da estação. Sempre que acontece um imprevisto desses vem um funcionário falar no alto falante logo depois que o trem pára, esclarecendo o que aconteceu. Pronto, desta vez foi um cidadão que SE JOGOU na frente do trem. Legal né? Podia ter passado sem essa. "Para verificar o que aconteceu, o trem não poderá partir por alguns instantes". Eu não sabia o que pensar, revolta, medo, mas logo veio: "Não estamos conseguindo verificar, por isso o trem ainda não poderá partir, nos desculpem". Primeiro eu ri. Como assim "não conseguem verificar"? O cara ficou vivo e fugiu? O cara ficou vivo e está inconsciente, mas eles vão esperar ele voltar a sobriedade para perguntar os motivos da tentativa de suicídio? Ou o improvável, que era ele ter morrido e simplesmente evaporado... Depois veio uma outra mensagem que eu não entendi muito bem, mas parece que o sujeito estava vivo e estavam tentando prender ele. Ótimo, prendam e cobrem uma multa colossal pela tentativa estúpida de atrasar o nosso trem. Ele até conseguiu (uns 15 minutos), mas poderia ter morrido em tal ato de insanidade.
Existe alguma coisa muito errada nesse país em relação aos suicídios, mas eu não vejo uma solução prática para isso...
Enfim, a confirmação que o suicida não morreu veio quando eu fui fazer a primeira baldeação, pois em todas estações, quando um trem atrasa, eles sempre dizem o motivo, e normalmente (eu disse NORMALMENTE) quando uma pessoa morre, eles dizem "atraso por acidente com morte", mas desta vez eles disseram "atraso devido a uma pessoa ter pulado na frente do trem" (as traduções estão um lixo, mas é tão comum no Japão e tão incomum no Brasil que aqui eles têm uma palavra para esse tipo de coisa, que em portugês levaria pelo menos uma frase para explicar).
Conseguimos chegar no zoológico sem mais problemas.
Vimos muitas coisas interessantes depois que entramos, tipo um Okapi, um hipopótamo diferente e alguns animais mais comuns, tipo zebras, alguns animais noturnos e rinocerontes.
Chegamos em uma parte que tinha uma "jaula" que tinha um buraco que ligava uma árvore dentro da jaula com uma árvore de fora. Seja lá o que estivesse ali dentro, o buraco era grande o suficiente para eles saírem. Fui ver o que era, e estava escrito "bicho preguiça". Ah ta! Tinha um papel pendurado na árvore do lado de fora escrito "por quê eles não fogem desta árvore?" A explicação tinha alguma coisa a ver com as unhas da preguiça e a superfície acimentada do pátio do zoológico. Eu olhei para a árvore procurando as preguiças, mas elas não estavam lá. Vai ver acharam um jeito de fugir.
Depois fomos para um vivário (era como estava escrito) e assim que entramos eu me senti em pleno Jurassic Park. Era a área de répteis, peixes e anfíbios. Na entrada tinham uns aquários mínimos com uns peixes e rãs, umas gaiolas com iguanas e camaleões e um aquário bem grande com peixes maiores; depois de passar por uma outra porta, o verdadeiro Jurassic Park começava, com muitas plantas nos circundando, peixes enormes, crocodilos, um DRAGÃO de komodo e...
GAMERA!!
Não sei se dá para ter noção do tamanho pela foto, mas esta tartaruga de galapagos (ou "tartaruga-elefante de galapagos" como estava escrito em japonês) era pouco (disse POUCO) menor que um pastor alemão. Bizarro não?
Depois disso ainda vi uma cascavel pela primeira vez, mas sem chocalhar, e fomos para a área de crianças. Eu quase não entrei lá por achar que só teriam vacas e coelhos, mas ainda bem que entrei. Tinha uma fila para tocar em coelhos e pintinhos, mas eu não aguentei mais de 5 minutos lá, tinha cara de que ia demorar muito e não ia valer nem um pouco a pena. Depois de passarmos por uma lhama, tinha uma área aberta onde cabritos, galinhas e pessoas caminhavam juntos. Na entrada um funcionário me advertiu, dizendo para guardar meus panfletos, pois as cabras poderiam comer. Realmente, as crianças iam correndo atrás das cabras para fazer carinho e as cabras ignoravam e iam atrás de qualquer coisa que estivesse no chão para comer. Umas crianças, muito inteligentes, notaram que as cabras gostavam de qualquer coisa e começaram a pegar folhas secas que estavam no chão para as cabras virem comer na mão delas. Eu fiz o mesmo. Fui tirar a foto de uma menina que pegou uma galinha no colo, mas o gringo com cara de Esper ficou em destaque, ...e parece que não gostou.
Ah, eu vi um espécime bem raro sendo levado para passear. Humano "Homo sapiens" fêmea filhote.
Acredito que metade dos animais que eu vi neste zoológico eu estava vendo pela primeira vez ao vivo.
Vi um urso polar e tsurus logo depois que saí da parte das crianças.
Estávamos a caminho de ver os gorilas quando começou a chover. Meio sem ver os mapas direito, acabamos parando na jaula dos leões. Era bem interessante pois não era uma jaula mesmo como no zoológico do Rio, era uma área meio grande (muitas casas japonesas não têm uma área como aquela) simulando uma selva, mas era cercada por um muro, e para que pudéssemos ver, tinham umas vidraças em alguns pontos. Eu estava estranhando estar vendo os leões tão de perto, mas depois reparei que no Rio como é jaula, tem uma área de sergurança que as pessoas não podem entrar, mas aqui eram só os dois lados de um vidro, como quem está separado só por uma janela... com vidros reforçados. Para completar, os leões estavam se abrigando da chuva em uma área coberta, colados no vidro. Infelizmente a memória do meu celular já tinha acabado, então eu não tirei nenhuma foto dos leões, mas a Eri tirou e depois eu pego com ela.
A área dos tigres era perto dali e era mais ou menos no mesmo esquema, mas os tigres estavam se abrigando da chuva em uma espécie de caverna que ficava no meio do espaço.
Passando pelos tigres começou a chover mais ainda, e com uns relâmpagos muito medonhos. O céu estava quase completamente escuro (tipo na hora do pôr-do-sol depois que passa a fase avermelhada) e ainda eram 3 da tarde. Nós passamos pelos gorilas, e já que estávamos ali, resolvemos ver um pouco. A área dos gorilas parecia maior que a dos leões e dos tigres, mas também tinham mais gorilas dividindo o mesmo espaço. Nessa hora a chuva parou, mas por pouco tempo. Resolvemos que já tínhamos visto tudo o que queríamos, então agora era melhor irmos para a exposição de Leonardo da Vinci que estava tendo no museu de belas artes no mesmo parque de Ueno, e como era coberto, era melhor irmos para lá e apreciar da Vinci com calma protegidos da chuva. No caminho para a saída, eu lembrei que não tínhamos visto o panda. Ficava quase na saída, então fomos dar uma olhada, mas estava muito cheio de gente se abrigando da chuva. Tudo o que eu vi do panda foi a barriga dele (estava dormindo), mas depois que eu fui ver a placa com o nome da criança, tudo teve mais graça. O panda se chamava Ling Ling, não estou zuando.
Saímos do zoológico e fizemos um caminho meio grande até o museu, mas por burrada nossa.
Entrada para o museu na jidouhanbaiki, 400 ienes para estudante. OBA! "ATENÇÃO: a compra deste bilhete não dá direito à exposição de Leonardo da Vinci. Venda dos ingressos na bilheteria". Olhei em cima da bilheteria 1500 ienes. PORRA! Tudo bem, é da Vinci. Acabou que tinha um desconto de 300 ienes para estudante.
Entramos e vimos uma área com o quadro "A Anunciação". Era o original. Eu não sou muito de ligar se um quadro é original ou não, mas sei que a sensação foi diferente ao ver uma coisa que realmente esteve nas mãos de da Vinci. Dava para ver o relevo da tinta, dando para perceber em que direção ele passou o pincel e mais outros detalhes alheios a um leigo como eu.
Depois que passamos pelo quadro, tinha acabado a exposição. Como assim!? UM quadro!? Fomos procurar mais coisas, mas tudo que achamos foi uma exposição das eras Asuka e Kamakura (entre 500 e 1300 DC) com muitos vasos, armas e armaduras de samurais, kimonos, pinturas e escrituras, tudo absurdamente conservado (fora algumas estátuas budistas que estavam sem dedos e com algumas partes mais frágeis quebradas).
Eu particularmente gostei e olhei tudo com muito interesse, mas a Eri parecia um pouco entediada, e como exposições do Japão tem sempre por aqui e a exposição de da Vinci estaria por apenas mais um mês, fomos procurar em outro lugar. Engraçado como os funcionários na entrada desta sala onde o quadro "A Anunciação" estava pareciam não saber do resto da exposição, ou estavam de sacanagem com a nossa cara. Achamos uma placa que dizia que o resto da exposição era em um outro prédio, e esse sim, um andar inteiro só sobre da Vinci.
Subimos a escada rolante deste outro prédio e demos de cara com uma máquina voadora. Era uma espécie de asa-delta com formato de asas de morcego, com pedais e mais umas manivelas que controlariam o movimento das asas.
No hall de exposição tinham algumas réplicas digitais de quadros dele. Muito boas as réplicas, quase não perdem a qualidade (pelo menos não que eu tenha notado, mas alguém mais entendido ou alguém mais fresco pode não achar o mesmo). Esta parte contava a história da vida de da Vinci, e foi aí que eu soube que ele pintou poucos quadros (cerca de uma dúzia como dizia lá) e não publicou nenhum trabalho escrito, somente suas anotações e rascunhos que foram encontradas servem como base para saber as pesquisas que ele fazia. No meio da exposição (eu parava para ler tudo, é óbvio), uma japonesa com uma amiga param atrás de mim e uma diz para a outra, meio baixo "quando que ele dormia?". Realmente, pensar que ele fez tanta coisa em 67 anos parece impossível, mas é Leonardo da Vinci, não era qualquer um...
Acabamos de ver toda a exposição por volta das 7 e meia da noite (quase quatro horas rodando o museu) e meus joelhos doíam muito. Voltamos para Inage e fomos comer na Saizeriya (restaurante japonês de comida italiana, meio famoso aqui em Kantou pelo menos) meio que sem pensar (tem um quadro zoado da santa ceia lá). Comemos bem rápido devido a nossa fome de mais de 12 horas de jejum e fomos para a tsutaya (blockbuster japonesa) alugar alguma coisa. Alugamos um filme ruim de terror japonês (aliás isto é quase uma redundância, visto que pelo menos 90% dos filmes de terror japoneses são ruins) e um ÓTIMO filme chamado "World Trade Center" com o Nicolas Cage. O filme era a história de dois policiais que foram resgatados dos derstroços do prédio, mas acabou que só vimos um filme depois que chegamos, pois já estávamos muito cansados e já eram mais de meia-noite quando acabou o filme de terror. Amanhã nós vemos o World Trade Center.

Ouvindo: Duel Jewel - Kizuna ~Pray to Gray~

3 Comments:

At 3:35 PM, Anonymous Anônimo said...

Cara, q fooooda o zoologico, sem noção O.O
E po, exposição de da vinci cara...
FOOODA *.*

 
At 5:36 PM, Blogger esper said...

BAUWHauwhauHWuahu!! Ling Ling! Pior que ele tinha cara de esper mesmo! Que coisa, até no Japão me confundem com alguém... : /

 
At 7:40 AM, Blogger Z. said...

Pois é Pan
não é só de Japão que vive o ... Japão

e Esper, ainda bem que vc reconheceu que ele parece com você. Foi a primeira coisa que me veio na cabeça quando eu vi essa foto (detalhe que eu não tinha visto antes que ele tava na foto porque eu tava atento à menininha com a galinha no colo, no canto esquerdo. Foda ela né?)

 

Postar um comentário

<< Home