domingo, agosto 19, 2007

Dia novo, vida nova

Desde que eu me despedi da Yujin na coréia que eu tenho andado meio sensível, chorando com ou sem motivo.
A partida do vovô veio logo nessa época e acabou por dar um último baque no meu lado emotivo me fazendo desabar em choro pela primeira vez em sei lá quanto tempo.
Eu não quero ficar revertendo as coisas para mim pois a perda foi a mesma para muita gente, mas eu queria, como eu disse na outra mensagem, expressar minha gratidão para todos que entenderam o que eu disse e vieram com as palavras certas para me confortar. Como dizem, família e amigos são as coisas mais importantes na vida de uma pessoa, e perder um membro da família me fez ver o quanto todos nós estamos ligados e o quanto nós entendemos exatamente os sentimentos um do outro e sabemos a coisa certa a dizer na hora certa, ou o que não dizer na hora errada. Fico muito feliz com os comentários de todos, assim como as conversas por telefone com meu pai e minha mãe, que me fizeram sentir melhor comigo mesmo e me lembraram as coisas boas da vida com o vovô Jujuca. Fico feliz pelas pessoas que entenderam o que aconteceu, e por não achar palavras, simplesmente respeitaram a tristeza e não expressaram por palavras. Até simplesmente as pessoas que não leram, porque não é preciso uma perda dessas para saber quem realmente se importa com você.

Como me sugeriram, eu estou aproveitando ao máximo o fim da minha estadia no Japão e vivendo vários momentos felizes para partilhar com todo mundo quando eu voltar. Ainda me sinto triste com o acontecido, mas realmente eu prefiro passar uma energia positiva para as pessoas a minha volta, e até onde ela possa chegar, do que ficar chorando pelos cantos por algo que não pode ser mudado.
Somando às fotos dos momentos bons que se seguiram após a notícia, eu achei aqui um print screen que eu tirei no dia 26 de maio desse ano em um site do bairro do Butantã que eu tinha nomeado como "vo juca".
Eu não lembrava o que era, e na maior curiosidade, como se fosse a primeira vez que eu via, eu abri a foto...
TCHARAN!!
Creche Vovô Juca!
Surreal não? Ainda mais sendo no Butantã.
Achei isso engraçado e resolvi tirar um print screen para mostrar para o pessoal em algum momento, e acho que agora é uma boa hora.
Aposto que é uma boa creche.

Obrigado a todos pelas palavras que eu precisava ouvir (ou ler, nesse caso), e por todo o resto.
Como a Tia Hélida bem lembrou, o vovô adorava viajar, então espero que agora ele possa me fazer companhia nesse fim de viagem do outro lado do mundo.

Ouvindo: M.C. the max - 장시만안녕

quarta-feira, agosto 15, 2007

Um ano

Realmente é impossível saber os planos de Deus para o que acontece no período de um ano. E mesmo assim, de pessoa para pessoa "um ano" é tão relativo. Para algumas pessoas passa tão desapercebido que estas acabam apagando da memória que aquele ano existiu. Para outras, um ano pode se tornar um dos anos mais felizes da vida delas, se tornando impossível de esquecer até mesmo os mínimos detalhes de cada dia. Por outro lado, em um ano algo muito triste pode acontecer e deixar uma marca eterna no coração de alguém.

Eu não fico triste com a despedida. Fico triste com o fato de não ter havido uma despedida. Fico triste por achar que este fato me enquadra no clichê de "só se dá o verdadeiro valor a algo quando se perde". É simplesmente uma coisa completamente fora do controle de qualquer ser humano e que nós temos que aprender a aceitar.
Eu nunca pensei na morte como uma coisa ruim, e até hoje eu acho que a encarei muito bem por mais próximo que ela chegasse de mim, mas eu ainda tenho que aprender a ser menos egoísta...
Eu queria poder demonstrar o quanto eu dou valor a cada um a minha volta. Queria poder demonstrar isso a cada instante para não achar que deixei algo para trás. Queria retribuir completamente todas as coisas boas que estas pessoas fazem para mim. É mais uma coisa que eu acredito que tenha que aprender, mas já começo falhando por não encarar isso como algo possível.

Eu queria pedir desculpas as pessoas que lêem aqui e nada têm a ver com este assunto e também pelo texto desconexo, mas eu realmente precisava botar isso para fora de alguma forma.

Vô, eu amo você.