segunda-feira, maio 07, 2007

2 de maio (hide Memorial Day)

9 anos sem hide.
O show de homenagem foi na casa de shows Club Citta' em Kawasaki, província de Kanagawa. Onze horas do dia D e eu ainda sem ingresso. Ingressos vendidos no dia costumam ser pelo menos 500 ienes mais caro, e com este não era diferente. Antecipado 3500 ienes, no dia 4000, mas o que eu não faço para participar de algo tão único como este show de homenagem a um dos meus maiores ídolos?
Liguei para o Club Citta' por volta de 11:50. Uma secretária eletrônica atende e diz que se eu tiver alguma dúvida, para ligar novamente entre 12:00 e 21:00. Era só esperar 10 minutos, então foi o que eu fiz. Liguei novamente às 12:07. Secretária eletrônica atende novamente e diz "se tiver alguma dúvida, ligue novamente em dias úteis entre 12:00 e 21:00" e depois começou a dizer a programação do mês. Secretária burra! São 12:08 agora, é quarta-feira e o golden week só começa amanhã. Vem alguém logo me atender.
A secretária falou a programação do mês todo do Club Citta' e depois me deixou em um aguarde de uns 5 minutos com aquela musiquinha suspense de "quando alguém estará desocupado o suficiente para me antender?"
Finalmente a espera acaba. "se tiver alguma dúvida, ligue novamente em dias úteis entre 12:00 e 21:00".
AHHH!!!
Achando que ia conseguir alguma informação, ou quem sabe até uma reserva de um ingresso, mas tudo que eu consegui foi uma ligação de 10 minutos para Kanagawa no meu celular...
Foda-se, vou lá, só tenho horas a perder e o dinheiro das passagens (890 ienes só de ida, quase uns R$ 18,00).
Saí por volta das duas da tarde, pois estava dizendo no mixi que a entrada seria liberada à partir das 4 e o show começaria às 5, então seria bom eu chegar antes das 4. Só fui pagar o leilão de 52 cds de visual que eu, o totoro e o shishi ganhamos e consegui chegar na estação de Kawasaki (bem grandinha até) por volta de 3:30 da tarde.
Os únicos mapas de referência que tinham perto da estação eram os mapas que indicavam pontos para fumantes, e o mapa que eu achei era exatamente em um ponto desses. Fiquei uns 3 minutos me localizando no mapa em meio à fumaça de 5 "salary man" que eram a personificação da tranqüilidade.
Andei até o La Cittadella e na entrada dei de cara com ESTA COISA!Tinha também um palco com uma mesa de DJs e um pôster do hide no fundo.Muitas tias de mais de 50 anos vestidas como o hide, algumas só com roupitchas estilosas, algumas com roupitchas estilosas, seus maridos e suas filhas com suas roupitchas estilosas,
(canto esquerdo)
então achei que era possível que tivesse vendendo algum produto do hide por ali, visto que o evento não se confinava apenas à casa de shows. Como eu não estava interessado em perder tempo, fui logo procurar o Club Citta'. Era mais perto do que eu imaginava, então fui para a porta (sem fila... estranho...) e perguntei para um funcionário: "ainda tem ingressos para vender?", resposta: "não estava programado para vendas de ingressos no dia".
Porra! Como não?? E o que é aquilo que eu vi no flyer ali de cima, tirado do SITE OFICIAL!?
Me diz que esgotou, me diz que a bilheteria fechou, me diz que gaijin não pode entrar. Me diz qualquer coisa, menos que não estava programado para vender ingressos no dia.
Mas não adianta brigar né? Visto que eu já tinha ido até ali, fui procurar coisas do hide para comprar enquanto tirava fotos de tudo interessante que eu vi, como as flores para ele na porta do Club Citta', enviadas por vários produtores e donos de gravadoras e selos, várias bandas e personalidades como miyavi, Dir en Grey, Buck-Tick e até o IKÜZÖNE do Dragon Ash, mas nada de flores do Yoshiki, ou de algum dos integrantes de ex-bandas do hide...; teve também um pôster do Tanaka (muito bom) que eu achei no caminho e mais algumas coisas na minha busca por "goods" do hide, sem sucesso, até voltar para a porta do Club Citta' e me deparar com isso.Putz, ainda tinha me guiado pela informação do mixi e não pela do site oficial, que dizia a hora certa. Não me admira não ter mais ingresso comigo chegando a menos de 20 minutos de começar o show.
Como já faltavam uns 2 minutos para as 4 da tarde, eu resolvi esperar para ver se daria para ouvir alguma coisa do show pelo lado de fora.
Fiquei um tempo fingindo estar mandando e-mails pelo celular (para disfarçar) até que uma menina de um grupo que estava na porta desde antes de eu chegar, veio falar com as duas meninas que estavam do meu lado na calçada.
"Vocês estão esperando para entrar?"
"Não, só achamos desperdício vir aqui para voltar em menos de 5 minutos, então resolvemos passar um tempo de bobeira"
"Ah tá. É porque eu soube que as vezes eles liberam a entrada no caso de desistências ou espaço para assistir em pé"
Opa! Se rolar isso, então eu espero também.
Deu uns 20 minutos da hora de início do show (não dava para ouvir nada lá de fora) e veio um funcionário com as mãos em concha em torno da boca, gritando meio que timidamente: "Palavras da organização. Não serão vendidos mais ingressos hoje. A casa está lotada". Assim como a menina do grupo que estava lá desde o início, eu pensei que isso seria para fazer algumas das poucas pessoas que sobraram do lado de fora desistirem, para que eles liberassem a entrada do mínimo de extras possíveis, com o mínimo de confusão e empurra-empurra na briga pelo privilégio. A menina chamou o sujeito e perguntou, meio que em voz baixa, se era só papo para testar os mais pacientes ou se realmente não tinha. Não sei o que ele respondeu, só sei que ela e as amigas dela começaram a juntar as coisas delas e foram embora. Depois dessa, eu resolvi seguir meu outro planejamento do dia: Ir até Yokosuka e ver o que tinha restado do museu do hide. No caminho para a estação de trem, eu lembrei do palco dos DJs com o carro do hide em uma das entradas do La Cittadella, e pensei que poderia ter começado o evento naquela hora.
Chego lá e dou de cara com isso:O carro do hide foi rebocado por estar estacionado em local proíbido, e a tenda dos DJs foi desmontada por obstruir a passagem dos pedestres. Talvez o evento tenha sido de manhã, ou na noite anterior. Cada vez mais os fatos me levavam em direção a Yokosuka.
Andei por um caminho bizarro, com pontos de ônibus e ruas que supostamente não eram para ser atravessadas pela superfície. Achei a primeira entrada para o subsolo que me levaria ao outro lado da rua, mas acabou me levando direto para a estação que eu queria chegar: Keikyuu Kawasaki, que era uma estação diferente da que eu tinha chegado. De lá eu paguei mais 470 ienes para ir até Yokosuka chuuou (centro de Yokosuka), mas eu fui feliz da vida, pois mesmo que eu não achasse o museu do hide, algum dia eu teria que ir até Yokosuka, nem que fosse só para passear (quem conheçe Shenmue deve saber porquê).
Saindo da estação em Yokosuka, dou de cara com umas fotos do hide, como uma espécie de propaganda da cidade (aqui eles fazem muito isso, tipo, Chiba é famosa por amendoins, Tateyama por morangos, praias bonitas e X-Japan, e coisas do tipo), então imaginei que poderia ter pelo menos a Lemoned Shop de pé ainda.
Andando pelo porto de Yokosuka (Yokosuka Harbour ho ho ho), me deparo com um mapa.You Are Here!
Meu deus! Eu passei por lá e nem vi! Isso só pode significar que...
A área verde no mapa, na minha frente, era uma área com tabelas de basquete, rampas para skate, paredes para treino de tênis e outras coisas, lembrando um pouco a Praça do Canhão em Saquarema, mas com mais variedade de coisas, uma ótima vista para o mar e japoneses fazendo uso dela (se bem que a maioria dos skatistas era gaijin). A área ao lado então era supostamente a área do museu. Fui pela costa tirando fotos do mar, dos pescadores e de estrelas do mar em busca do mistério do substituto do museu do hide.
A quem estava interessado, assim como eu, em saber o que tem atualmente no lugar que um dia foi solo do museu do hide, eu achei algumas opções possíveis.
Um escritório de vendas de imóveis.Esta bomba.Um prédio com uma exibição sobre a rota da entrada da baía de Tokyo. (pelo menos este é bonito)Um centro comercial no estilo Downtown (rodei lá dentro e não achei Lemoned Shop nem nada).Mas o mais provável, pela localização do mapa, é que o museu do hide tenha se tornado ISTO!Muito bom, realmente não tem NADA lá. Minha ida lá só serviu para apreciar o pôr-do-sol (fez sol nesse dia) no porto de Yokosuka, para perceber que as jidouhanbaiki de Yokosuka não são como em Shenmue (parece que nem todo japonês é comportado, ou isso é coisa dos skatistas gringos), para ir para uma loja de departamentos a procura de coisas do hide e acabar entrando no Plaza Capcom, que foi mais uma decepção por 80% das máquinas nos 4 andares do enorme game center serem de caça níqueis ou simuladores de apostas de corrida de cavalo. Não era à toa que tinha limitações de idade.Ainda fui em uma loja de cds e comprei um photobook do Baiser que veio com o primeiro cd deles e comprei uma gravata quadriculada, que eu estou pensando em dar para o Pedro de aniversário, já que eu não tinha crédito para ligar para ele (Aliás, Jaber e Pan, vou pensar em algo para vocês também). Tinha um guarda-chuva quadriculado também, mas era mais caro e eu não via muitas oportunidades para usá-lo.
Voltei para casa (1 hora e meia de viagem mais ou menos, no trem mais rápido) e fui dormir para estar preparado para o show no dia seguinte.

Ouvindo: Nightmare - ~lulu~

1 de maio

Neste dia tinha combinado de ir com o Masa para o show de dipt6bxs. Fui para Shibuya me encontrar com ele por volta das 6 da tarde em frente a estátua do Hachiko, ponto de encontro característico em meio àquela confusão que é a estação de Shibuya.
Conseguimos nos encontrar lá e fomos procurar o lugar (aqui para se achar qualquer lugar deve-se imprimir um mapa antes de sair de casa, ou para quem não tem impressora como eu, tirar uma foto do mapa no celular), e óbviamente não achamos facilmente. O Masa fez uma coisa que eu nunca teria pensado em fazer, até porque é meio maldoso. Tinha uma menina distribuindo lenços de papel, como eles sempre fazem aqui, e quando nós passamos ela ofereceu um pacote destes para o Masa e ele não pegou, mas 2 segundos depois voltou para ela e pediu informação sobre o lugar. Ela disse que não sabia, mas apontou no mapa impresso do Masa o lugar onde nós estávamos naquele momento. Segundo o mapa, era bem perto dali, então voltamos um pouco, entramos em uma rua estreita, andamos um pouco e percebemos que não era possível que fosse ali, pois supostamente o clube era no início da rua. Voltamos mais uma vez e na esquina tinha uma ótica. O Masa entrou lá e saiu perguntando para uma mulher que eu nem sei se era cliente ou funcionária, mas logo foi interrompido por um cara que poderia ser o gerente da loja ou algum superior que aparentemente sabia do lugar que estávamos procurando.
"Que lugar vocês estão procurando?"
"Shibuya Cyclone"
"aaaahh, não sei onde é não"
...
Não tenho certeza se realmente a menina que o Masa foi perguntar era uma cliente, só sei que o tal superior parece que não gostou, pois apesar de não dar a informação ainda deu uma resposta meio malcriada mas de uma forma meio educada.
"é que aqui é uma ótica, então se quiser saber algo sobre óculos nós podemos ajudar *aponta para uma parte do mapa* mas aqui tem um posto policial e lá eles devem saber te informar, é a função deles"
Fez questão de dar uma cortada dessas, mas tudo bem, fomos até o posto policial, e antes que o Masa terminasse a pergunta um policial indicou a direção.
Chegando no Shibuya Cyclone, o Masa pensava que só teríamos que pagar o Drink Ticket (como foi da outra vez que fomos no show de dipt), mas depois que o sujeito da bilheteria conferiu nossos nomes na lista, ele só cobrou o ingresso com o preço de ingresso antecipado. O Masa me pediu desculpas, mas eu disse que não me importava em pagar, ainda mais depois que eu vi a situação lá dentro. Fora eu, o Masa e os integrantes do dipt, tinham uns 2 staffs da casa e mais a namorada do vocalista e mais uma menina que também estava no outro show, mas não sei se é namorada de algum deles. Divulgação zero para a banda, mas pelo menos tiveram a moral de dizer que foram aprovados na audiência que tem para as bandas que querem se apresentar no Shibuya Cyclone (se é que isso significa alguma coisa).
Eles estavam distribuindo cds grátis no dia(cd-r, é claro),mas acho que ficou só para mim e para o Masa mesmo. Pelo menos EU fiquei feliz.

A primeira banda não foi dipt, foi uma chamada Flamingo Edge, que era uma banda com ideais nacionalistas, mas a nível de som era basicamente uma cópia de System of a Down. As músicas eram pesadas, os caras (pelo menos o vocalista) apresentavam vários fatos históricos e parecem ter um ideal de resgatar os valores tradicionais da cultura japonesa. Não gosto muito de julgar uma banda sem muitos parâmetros, mas parecem meio confusos quanto a proposta da banda.
A música em si não era muito boa, apesar de o som estar muito bem equalizado e potente para uma casa tão pequena. Eles tocaram com roupas brancas, uma bandeira do Japão pendurada atrás da bateria, fizeram muitas referências a segunda guerra (com um vídeo de introdução meio pesado demais para o meu gosto), mas tiveram uma resposta tímida do público de no máximo 7 pessoas.

Intervalo antes do dipt, os integrantes da Flamingo Edge saem dos bastidores com roupas normais, e o baixista estava com a camisa da turnê conjunta de Angra e Blind Guardian no Japão. Eles estavam vendendo um cd, que por sinal tocou neste intervalo e estava muito bem gravado, mas eu fiquei sem coragem de comprar. Era meio caro, e vai que eles me tomam por americano e tentam me matar...

Segunda banda: dipt6bxs
Aquele vocalista deles é muito engraçado. Ele tem um porte estranho, principalmente quando ele entra no palco ou quando ele está anunciando algo no intervalo das músicas, mas quando começam as músicas, que quase não tem melodias limpas, ele ajoelha, pula, roda... Apesar de ser mais sem noção de nada do que eu quando estou no palco, as vezes ele acaba fazendo umas coisas true. Ele também tinha uma pedaleira que controlava os efeitos de voz, e eu gostei muito dos efeitos que ele usou.
Ponto alto do show foi o cover da música "I want it that way" dos Backstreet Boys. Tão irreconhecível que nem ele falando o nome da música antes de começar eu consegui associar com a original.
A apresentação foi muito boa, mas os únicos empolgados, infelizmente, eram eles mesmos. Chega a ser cruel se apresentar em condições assim, mas se eles não estão perdendo dinheiro para isso, então está valendo.

Terceira banda: BANDMINIUM
Primeira banda com 3 integrantes da noite. Era um estilo um pouco estranho, meio voltado para o punk, mas tinha qualidade. O guitarrista parecia doente, mas o doente mesmo era o baixista/vocalista, que nos intervalos, ao invés de apresentar a próxima música ou anunciar outros shows, ele contava histórias, ou fazia uma auto apresentação e coisas assim. Era um dos que não aparentava ligar para se as pessoas iriam rir ou não do que ele estava falando, e por isso era engraçado.
Nenhuma música deles ficou na minha cabeça, mas foi uma boa banda. Ao vivo tinham mais qualidade que a anterior, Flamingo Edge.

Quarta banda: ZENON
Para esta banda surgiram 3 meninas colegiais para assistir, e acredito que tenha sido o ápice da noite de pessoas assistindo a um show ao mesmo tempo. Os integrantes do Flamingo Edge atrás da mesa de produtos deles, os integrantes do dipt junto comigo e com o Masa, as 3 meninas e mais os staffs do Shibuya Cyclone.
Banda com 3 integrantes, o guitarrista cantava (bem até), o som estava bom e a banda lembrou muito o estilo Asian Kung Fu Generation. Meio clichê, mas aparentemente tem uma certa fama (se comparado com as outras bandas da noite), mas nem assim achei um site oficial deles.
O show correu bem, mas a banda não me interessou muito.

Quinta banda: the unchangeable piece
Esta sim foi de doer, literalmente. Mais uma banda de 3 integrantes, mais um banda com o baixista cantando, mas este era O sem noção. Não sei nem porque ele cria melodias que ele não consegue cantar. Nos tons altos ele berrava e desafinava. A equalização estava ruim, com tudo muito alto, e mesmo assim ele conseguia berrar mais que todos os outros instrumentos. Estava desistindo de ficar ali, não quero ficar surdo tão cedo, mas este não era o único motivo. Na banda anterior as luzes do teto se acenderam pela primeira vez para uma música mais balada, e eu vi a condição do teto do lugar. Bizarro. Parecia um porão abandonado por uns 20 anos com o tanto de fungos e poeira acumulados nas hastes de luz e nos canos. Eu já queria sair dali antes dessa quinta banda, mas eu fiquei curioso e o Masa ainda disse que queria cumprimentar o pessoal do dipt antes de ir. Depois desta quinta banda não deu mais para aguentar, ainda mais quando o baterista começou a falar. PQP cara chato. Se achava engraçado, contava uma piada e ninguém ria, aí enquanto o baixista tentava salvá-lo da vergonha pela tentativa fracassada, ele ficava rindo e repetindo "ha ha, ninguém tá rindo... ninguém tá rindo".
Acabando esta tragédia, fomos falar com o pessoal do dipt e saímos, na chuva para variar (não pára de chover aqui, ainda por cima uma chuva ácida como essa de Tokyo). O Masa me disse que no dia seguinte (2 de maio) era aniversário dele, e ele iria comemorar com a namorada em algum lugar especial (leia-se: caro), então perguntou se eu não queria comer um Gyuudon, que ele definiu como "fast-food japonesa". Eu fui para passar mais um tempo de papo com ele e acabei sabendo que dia 2 de maio, além do dia da morte do hide, era também o dia em que Ayrton Senna e da Vinci tinham morrido. Achei burrice eu não saber sobre o da Vinci, visto que eu tinha acabado de ir em uma exposição dele, e achei vergonhoso, e estranho, eu não saber o do Senna. Não era para menos, pois dia 2 de maio era aqui no Japão, na Itália e no Brasil ainda era dia 1 quando ele morreu.
Falamos um pouco enquanto comíamos o nosso gyuudon, mas ele já estava recebendo vários e-mails de parabéns e estava querendo voltar logo para casa para estar descansado no dia seguinte, então nós voltamos e quando eu cheguei aqui fui pesquisar sobre o hide, se haveria algum evento em homenagem aos 9 anos da morte dele. Tinha. hide Memorial Day no Club Citta' em Kawasaki. Eu desanimei porque achei que Kawasaki era muito longe, mas fica na província de Kanagawa (é, não é província de Yokohama), então daria para eu ir.
Tinha o código da maldita Lawson no site, e como eu sei que a Loppi sofre atualizações às 2 e às 10 da manhã, achei que àquela hora (meia-noite) ainda seria possível verificar se ainda tinham ingressos ou se já tinha esgotado. Saí de casa mais uma vez na chuva e fui até a Lawson, mas aconteceu o pior que poderia acontecer. Disse que o prazo para a compra deste ingresso já tinha passado. Ou seja, não significa que esgotou, mas eu não vou poder comprar caso ainda tenha.
Voltei meio aborrecido por ter saído cansado na chuva para nada, mas eu já esperava que isso fosse acontecer. Bom, se ainda existem esperanças, o máximo que eu posso fazer é pegar o telefone do Club Citta', que estava escrito no site, e ligar para lá no dia seguinte, para não ir até Kawasaki à toa.
Preparei tudo para fazer no dia seguinte, pois neste dia já estava muito tarde e provavelmente não teria ninguém para me atender.

Ouvindo: heidi. - 虚空に葬送 (kukou ni sousou)

sábado, maio 05, 2007

29 de abril

Acordei muito cedo nesse dia (6 da manhã) e fui ver o World Trade Center. Ruim, como eu já esperava. Eu tinha que devolver o filme até às 10 da manhã de hoje, então quando deu 9:30 eu saí, deixei os filmes na Tsutaya e fui para a Lawson tentar comprar de novo os ingressos para o décimo aniversário do AREA.
Cheguei na lawson umas 9:50 mais ou menos. Tentei comprar o ingresso e deu a mesma mensagem de ontem: "os ingressos ainda não estão sendo vendidos". Esqueci de dizer que no dia anterior eu verifiquei na internet, e vi que estava programado mesmo para começar a vender dia 28. Beleza, esperei até dar 10 da manhã (mais ou menos uns 5 minutos de bobeira), e dessa vez deu! Ingresso pro dia 1, comprado, agora só faltam 2. Fui comprar para o dia 2 (levei menos de 3 minutos entre a impressão de uma notinha e a escolha do outro ingresso), esgotado. Como assim!? Esta é a prova cabal que a Lawson realmente começa a vender com um dia de atraso. Pensei, deve ser a porra do Nightmare (já perdi dois shows deles por causa deste esquema imbecil da lawson). Para não perder mais um, fui logo para o dia 3 e consegui. Depois que eu fui no caixa pagar os ingressos, que eu recebi os dois, eu percebi que o do dia primeiro eu já era o número 693, e no terceiro dia eu era o número 1392. Que ódio da Lawson, mas em Chiba acho que é a minha única opção...
Fui para casa feliz que tinha conseguido 2 dos 3 ingressos, e achava que o segundo era Nightmare, e eu já tinha desistido deles. Foi aí então que eu resolvi ver quais eram as bandas dos dois dias que eu comprei. Nightmare estava na do dia 3. Ué, então o que tem no dia 2? Chegando em casa eu chequei na internet... pra quê...
Dia dois de junho, bandas: Phantasmagoria, D, Ayabie, FATIMA E SHULLA
PQP!!!
Pior que o totoro ainda falou que parece que esse vai ser o único show de Shulla...
Maldita seja a lawson!
Agora não adianta reclamar. Fiquei em casa matando tempo até dar a hora de sair para o show de hoje. Saí um pouco antes da hora para almoçar e fui direto para Hibiya.
Cheguei bem cedo em Hibiya (acho que meia hora antes do horário previsto para abrirem os portões) e vi uma espécie de protesto no parque. Não sei se era um protesto porque era muito organizado. Várias pessoas com capacetes de operários meio que marchando. Ia tirar uma foto, mas deixei para lá. Nem sei o que é, só sei que eu não fui o único a ficar surpreso com esta manifestação.
Nem tinha se formado uma fila na frente da entrada, e ainda se ouvia o Duel Jewel passando o som (dá para ouvir bem nítido mesmo de fora). Vi que dava para dar a volta na concha onde são os shows no parque, então fui ver se dava para dar uma espiada nos bastidores, mas tudo que eu achei foram as vans das equipes do evento e das bandas.
Tinha um chafariz do outro lado, então com o pretexto de ir até o chafariz, eu dei a volta toda. Além das vans, eu vi um grupo de policiais marchando, pareciam a polícia municipal do Rio, com aqueles escudos e os capacetes com proteção do pescoço. Eram muitos, pensei até se tinha alguma relação com o "protesto" que eu tinha visto antes. Aliás, com isso eu descobri 3 tipos de policiais aqui até agora. Este tipo, que só se deve ver em ocasiões especiais, já que eles tem quase uma armadura, mas o porte deles era muito comum: japoneses jovens e todos muito baixos, sem muita imagem de "força bruta". Outro tipo é o que se vê em qualquer lugar, com os quepes e roupas azuis, que não são muito diferentes dos policiais genéricos do brasil, a maioria acima de 50 anos, muitos gordos, a diferença é que como aqui eles não podem usar armas, eles não têm a mínima imponência, e servem, na maioria das vezes, para orientar pessoas perdidas. Outro tipo eu só vi uma vez, e esse lembrou mais a polícia "séria" dos Estados Unidos. Foi uma vez que eu estava saindo da 7 eleven e vi um carro parado com uns moleques vestidos como os rappers americanos (acho que) sendo presos por uns policiais bastante imponentes. Camisas pretas, a maioria deles com uma estatura não comum para os japoneses (estava longe, mas eram mais altos que eu, e com muito mais músculo) e com aqueles coletes para guardar as armas e tal. É o tipo com que não se brinca.
Mas voltando, depois de ver a marcha dos policiais (que aliás fechou a rua onde eles estavam passando), eu voltei para ver se já tinha uma fila para entrar, e tinha. Me meti lá no fim e fiquei olhando à minha volta pela falta do que fazer e falta de ter alguém pra conversar. Acabei vendo algo meio assustador: uma gringa loira, com os cabelos absurdamente arrepiados, gorda mas com as pernas finas e pequenas, maquiada com o típico padrão "gaijin sem-noção". Batom preto, uma cruz mal desenhada embaixo do olho esquerdo, e uma roupa nada condizente com a ocasião de um festival como o Stylish Wave. O que foi assustador não foi só o fato de ela "existir" ali (se bem que só isso já bastaria), mas ela ficava dando voltas, se abraçando com as japonesas e falando algo na frente de uma câmera. Engraçado que a equipe de filmagem era composta por japoneses, ou pelo menos nikkeis. Acho que ela estava entrevistando as meninas, mas depois disso vinha uma menina para tirar fotos, e ela, sempre abraçando as pessoas, fazia uma cara de malvada. Normalmente eu tomo esse tipo de gordinhas como simpáticas, alegres e que fazem qualquer um rir falando qualquer coisa, mas esta não me passou essa imagem, principalmente quando eu via a cara das japonesas que ela abraçava, olhando para as amigas que não foram capturadas, com uma cara de "me ajuda".
Observar isso foi minha diversão durante a espera com atraso da abertura dos portões (não existem portões lá, mas entenderam a idéia).
Entrando lá eu fui procurar o meu lugar, já que é meio difícil de se achar lá dentro. Desta vez eu fiquei na área B, que é mais perto que da outra vez quando eu fui ver PE'Z, que eu fiquei na C fila 19 ainda. Desta vez era B fila 12. Opa, pertinho, mas o número do meu assento era 81. Onde fica isso?Legal né? Essa foi a minha vista do show. Pelo menos desta vez não tinha nenhum japonês alto na minha frente (no PE'Z, um dos poucos japoneses altos que existem estava exatamente na minha frente, e me atrapalhou bastante).
A apresentação das bandas hoje seria sem dizer os nomes. Os organizadores fizeram várias perguntas para as bandas e o "mestre de cerimônias" (tinha isso, pior que ele parecia o Maurício do estúdio Ultimate, só que com um japonês fluente) dizia as respostas que cada banda deu antes que elas fossem se apresentar, e nós deveríamos identificar qual era a banda através das respostas. Foi interessante, mas poucas respostas foram engraçadas.

A primeira banda acabou sendo Duel Jewel. Não sei o que aconteceu com o meu gravador que não gravou nenhuma música deles, mas eu me lembro que eles disseram que iriam começar assustando todo mundo, e realmente, quando entraram com a primeira música, deu uma explosão de fogos de artifício na frente do palco, que a menina na minha frente chegou a se contorcer com o susto. Lembro também que um dos guitarristas cantou parabéns para ele mesmo, já que o aniversário dele era exatamente no dia 29. Aliás, ele cantou muito bem.
Apresentação muito boa do Duel Jewel, mas com o vocal muito alto. Não teve um momento que me empolgasse, o que é uma pena, pois eu gosto de muitas músicas de Duel Jewel, mas a seleção deles para esse show não contou com nenhuma delas.

Segunda banda: Charlotte
O vocalista foi para a última fila na platéia com um megafone antes de começar o show, e na primeira música desceu até o palco com meia dúzia de seguranças atrás dele.
A banda é realmente muito boa. Eu já tinha ouvido Charlotte antes, mas não me lembrava tanto. As músicas são animadas, eles tem vários extras que sobem no palco para apimentar a performance, e são engraçados, ao contrário da maioria das bandas, em que os membros SE ACHAM engraçados.
Logo depois que acabou a primeira música, o vocalista mandou todos ficarem em silêncio (banda e platéia), e disse que se do lado de fora da área da concha as pessoas pudessem ouví-lo, que quando ele dissesse "já" que todos falassem ao mesmo tempo "Pára com o barulho, banda de merda!". Acho que a maioria das pessoas estava descrente que viria alguma resposta, mas só assim para termos noção da quantidade de pessoas que tinha do lado de fora. Era um coro que, pelo volume, daria para encher pelo menos mais uma casa de show pequena. Só não deu para ouvir elas terminarem a frase (sim, só voz de mulher) por causa dos "EEEEEE!!??" de espanto das 3000 pessoas do lado de dentro da concha.
Na segunda música, subiram uns caras com uns visuais bem genéricos segurando uns pom-pons amarelos, e depois vieram umas meninas com roupa de líderes de torcida, também amarela e também com pom-pons. Esta música foi a melhor do dia, pena que eu não sei o nome dela e nem tenho ela aqui para conferir...
Resumindo, eles tocaram por 25 minutos, umas 4 músicas e meia (música de apresentação dos integrantes) e no fim usaram uma bazuca de ar comprimido para jogar camisas para a galera. Genial.

Terceira banda: R*A*P
Começou mal, com um roadie baixinho e barulhento que simplesmente ignorou o mestre de cerimônias que estava tentando apresentar a banda e ficou fazendo uns "testes" com a guitarra, que nem pode se chamar de passagem de som.
A banda é composta de três pessoas e mais um baterista contratado, que por sinal era o melhor da banda. Não só porque a banda não era boa, mas o baterista realmente era muito bom.
O estilo da banda não me agradou. Eles fazem um tipo que se finge de extraterrestre, que não é muito original, são sem graça tentando ser engraçados, e as músicas não são muito boas. Tipo de banda indiferente para mim.
Ouvi atento todas as 4 músicas em um total de 25 minutos. Não me empolguei, mas não achei uma merda.

Quarta banda: LM.C
Começou me animando um pouco. No intervalo entre uma banda e outra, como não tinha cortina no palco, o mestre de cerimônias fazia uma mini-entrevista com a banda que acabou de se apresentar, enquanto os staffs do evento rearrumavam o palco para a próxima banda. Normalmente eles só levantavam o bandeirão da [zi:], tiravam a bateria da banda que tocou, com palanque e tudo, e traziam a outra bateria já com os microfones e tudo pronto. No caso do LM.C eles trouxeram dois palanques, um com uma bateria e outro com o que parecia uma mesa de DJ, mas muito hi-tech, com um notebook da Mac e um outro que era todo preto e não dava para ver a marca, e mais vários pads e teclados. Realmente parecia que teria algo muito foda. Para completar, eles montaram dois pedestais com pratos de bateria do lado esquerdo do palco com alguma coisa entre os dois pedestais. Pensei que ainda teria um percussionista na banda.
A banda entra e aí vem a decepção. Não vi o DJ fazendo muita coisa, então desisti e fiquei atento para saber o que o "percussionista" iria fazer. Ele era só um staff normal da banda (eles tinham vários staffs vestidos com macacões pretos e com aquelas máscaras tipo de carrasco, com três buracos redondos, dois para os olhos e um para a boca, e este "integrante" estava vestido do mesmo jeito), dos que estavam ajudando desde o início do evento na troca das outras bandas. Eu reparei que tudo que ele fez no show foi usar uma luva do Mickey (ou Mário, sei lá, aquelas brancas com 4 dedos) para bater nos pratos que estavam fora do palanque da bateria e fazer backing vocals, as vezes com um estilo meio Linkin Park pulando de um lado para o outro no palco.
Os backing vocals estavam perfeitos demais para serem ao vivo, e foi aí que eu notei que eram playback. Não sei nem porque o DJ, o "percussionista" e o baterista colocavam a boca no microfone, pois com a voz deles ou sem a voz deles não fazia a menor diferença. O DJ nada mais fez do que controlar os playbacks, coisa que muita banda faz uso e nem por isso mete um palanque enorme com altos equipamentos no palco.
O vocalista faz um estilo meio Metronome ou Himitsu kessha kodomo A, que eu não gosto. O guitarrista não fez nada de mais. Nem presença boa ele tinha.
Os staffs da banda ficavam passando pelo palco o tempo inteiro, e no fim, na penúltima música, eles encheram aquele coelho grande (que eles cismam em dizer que não é um coelho) que é o síbolo da banda. Foi interessante, mas lembrou coisas como show da Xuxa ou sei lá.
Eles tocaram por mais tempo, uns 28 minutos, com 5 músicas no total.

Quinta banda: Ayabie
Eu honestamente esperava bem menos. Já tinha visto um show deles quando estava no Brasil e realmente foi tão fraco que eu nunca me esforcei para procurar nada de Ayabie. Este show foi bem melhor que o outro que eu tinha visto e eles se movimentaram muito mais. Houve troca de integrantes nesse meio tempo e eu não sei quem substituiu quem, só sei que ficou melhor assim. Ainda não é uma banda que me deixe muito animado, mas não foi algo para se desprezar. O mais notável foi o estado em que o vocalista tocou. Ele estava com uma febre razoávelmente forte, e mesmo assim conseguiu passar o show inteiro na boa e bem agitado até.
Foi a banda que tocou mais músicas, com 6 no total, mas dentro dos 25 minutos.

Última banda: Kagrra,
Visual brochante. Isshi gordo. Mas fiquei feliz que eles tocaram muito bem. A arrumação da banda já meteu moral, com violões extras nos pedestais, os amplificadores maiores (como eu não entendo muito de amplificadores, tamanho foi o meu parâmetro para medir a imponência) e um KOTO! Como o koto estava em um pedestal a pelo menos um metro de distância do chão, imaginei que o guitarrista que ficasse daquele lado tocaria o koto, e não algum extra ou algo do tipo.
Realmente não deu outra. Na Utakata (penúltima música do show deles e também o clímax) o Shin largou a guitarra e tocou a linha de koto. Deu conta direitinho. Como ele estava de costas para mim, e meio longe, não deu para ver se ele estava usando as palhetas de koto mesmo eu se estava tocando na unha, mas o som saiu muito bem e ele foi bem elogiado depois pela performance.
Ao contrário do que eu estava esperando, o Isshi mandou muito bem ao vivo (na maioria dos vídeos que eu tinha visto ele estava um lixo). 3 das 5 músicas do show eram do cd -shizuku-, e ele cantou igual em todas elas, inclusive na "Arishi hi no Bishou" e na "Urei", a última música do show, que não eram deste último cd. Só o que deixou a desejar foi o MC do Isshi. Acho que ele não sabe falar em público, mas isso é irrelevante, apesar de dar nervoso por parecer que ele não sabe onde quer chegar com o que ele diz.

No fim todas as bandas subiram ao palco juntas, só para uma despedida. Só não voltaram os do LM.C pois eles têm uma rádio, e estaria em atividade no dia. Interssante foi reparar como eles não se misturam. Cinco bandas no palco e eles mal se olhavam, só falavam entre integrantes de uma mesma banda. Não chegou a passar uma imagem de rivalidade, mas sim de timidez ou simplesmente uma manifestação anti-social por parte de todas as bandas ao mesmo tempo. Outra coisa interessante foi o anúncio das bandas, onde eles dizem lançamentos, turnês e onemans que estão por vir, e o Ayabie chegou a comentar sobre uma turnê ou um show na Europa, e uma das bandas, acho que R*A*P está indo tocar nos Estados Unidos, mas nada de Charlotte falar sobre o Brasil...
Vamos ver como fica isso.
Acabou o show muito antes do que eu pensava, mas foi bom pois, apesar de ser feriado no dia seguinte, eu tinha que mandar um dever de casa por e-mail para a minha professora até esse dia, e eu nem tinha começado. Voltei, fiz o dever e fui dormir.

Ouvindo: Kagrra, - Utakata

28 de abril

Acordei cedo para comprar ingressos para o décimo aniversário do AREA, que segundo as informações que eu li, começariam a vender hoje. Fui na Loppi da Lawson e quando digitei o código do show, apareceu uma mensagem de que não estava vendendo ainda...
Tudo bem, como hoje eu ia no zoológico de Ueno com a Eri, eu tinha que acordar cedo de qualquer jeito.
Até Ueno é um longo caminho de trem, ainda mais que eu prefiro pegar o metrô que é mais barato, mas exige paciência e atenção para fazer todas as baldeações. Para piorar tudo, no caminho, na estação de Makuhari, o trem pára poucos segundos depois de sair da estação. Sempre que acontece um imprevisto desses vem um funcionário falar no alto falante logo depois que o trem pára, esclarecendo o que aconteceu. Pronto, desta vez foi um cidadão que SE JOGOU na frente do trem. Legal né? Podia ter passado sem essa. "Para verificar o que aconteceu, o trem não poderá partir por alguns instantes". Eu não sabia o que pensar, revolta, medo, mas logo veio: "Não estamos conseguindo verificar, por isso o trem ainda não poderá partir, nos desculpem". Primeiro eu ri. Como assim "não conseguem verificar"? O cara ficou vivo e fugiu? O cara ficou vivo e está inconsciente, mas eles vão esperar ele voltar a sobriedade para perguntar os motivos da tentativa de suicídio? Ou o improvável, que era ele ter morrido e simplesmente evaporado... Depois veio uma outra mensagem que eu não entendi muito bem, mas parece que o sujeito estava vivo e estavam tentando prender ele. Ótimo, prendam e cobrem uma multa colossal pela tentativa estúpida de atrasar o nosso trem. Ele até conseguiu (uns 15 minutos), mas poderia ter morrido em tal ato de insanidade.
Existe alguma coisa muito errada nesse país em relação aos suicídios, mas eu não vejo uma solução prática para isso...
Enfim, a confirmação que o suicida não morreu veio quando eu fui fazer a primeira baldeação, pois em todas estações, quando um trem atrasa, eles sempre dizem o motivo, e normalmente (eu disse NORMALMENTE) quando uma pessoa morre, eles dizem "atraso por acidente com morte", mas desta vez eles disseram "atraso devido a uma pessoa ter pulado na frente do trem" (as traduções estão um lixo, mas é tão comum no Japão e tão incomum no Brasil que aqui eles têm uma palavra para esse tipo de coisa, que em portugês levaria pelo menos uma frase para explicar).
Conseguimos chegar no zoológico sem mais problemas.
Vimos muitas coisas interessantes depois que entramos, tipo um Okapi, um hipopótamo diferente e alguns animais mais comuns, tipo zebras, alguns animais noturnos e rinocerontes.
Chegamos em uma parte que tinha uma "jaula" que tinha um buraco que ligava uma árvore dentro da jaula com uma árvore de fora. Seja lá o que estivesse ali dentro, o buraco era grande o suficiente para eles saírem. Fui ver o que era, e estava escrito "bicho preguiça". Ah ta! Tinha um papel pendurado na árvore do lado de fora escrito "por quê eles não fogem desta árvore?" A explicação tinha alguma coisa a ver com as unhas da preguiça e a superfície acimentada do pátio do zoológico. Eu olhei para a árvore procurando as preguiças, mas elas não estavam lá. Vai ver acharam um jeito de fugir.
Depois fomos para um vivário (era como estava escrito) e assim que entramos eu me senti em pleno Jurassic Park. Era a área de répteis, peixes e anfíbios. Na entrada tinham uns aquários mínimos com uns peixes e rãs, umas gaiolas com iguanas e camaleões e um aquário bem grande com peixes maiores; depois de passar por uma outra porta, o verdadeiro Jurassic Park começava, com muitas plantas nos circundando, peixes enormes, crocodilos, um DRAGÃO de komodo e...
GAMERA!!
Não sei se dá para ter noção do tamanho pela foto, mas esta tartaruga de galapagos (ou "tartaruga-elefante de galapagos" como estava escrito em japonês) era pouco (disse POUCO) menor que um pastor alemão. Bizarro não?
Depois disso ainda vi uma cascavel pela primeira vez, mas sem chocalhar, e fomos para a área de crianças. Eu quase não entrei lá por achar que só teriam vacas e coelhos, mas ainda bem que entrei. Tinha uma fila para tocar em coelhos e pintinhos, mas eu não aguentei mais de 5 minutos lá, tinha cara de que ia demorar muito e não ia valer nem um pouco a pena. Depois de passarmos por uma lhama, tinha uma área aberta onde cabritos, galinhas e pessoas caminhavam juntos. Na entrada um funcionário me advertiu, dizendo para guardar meus panfletos, pois as cabras poderiam comer. Realmente, as crianças iam correndo atrás das cabras para fazer carinho e as cabras ignoravam e iam atrás de qualquer coisa que estivesse no chão para comer. Umas crianças, muito inteligentes, notaram que as cabras gostavam de qualquer coisa e começaram a pegar folhas secas que estavam no chão para as cabras virem comer na mão delas. Eu fiz o mesmo. Fui tirar a foto de uma menina que pegou uma galinha no colo, mas o gringo com cara de Esper ficou em destaque, ...e parece que não gostou.
Ah, eu vi um espécime bem raro sendo levado para passear. Humano "Homo sapiens" fêmea filhote.
Acredito que metade dos animais que eu vi neste zoológico eu estava vendo pela primeira vez ao vivo.
Vi um urso polar e tsurus logo depois que saí da parte das crianças.
Estávamos a caminho de ver os gorilas quando começou a chover. Meio sem ver os mapas direito, acabamos parando na jaula dos leões. Era bem interessante pois não era uma jaula mesmo como no zoológico do Rio, era uma área meio grande (muitas casas japonesas não têm uma área como aquela) simulando uma selva, mas era cercada por um muro, e para que pudéssemos ver, tinham umas vidraças em alguns pontos. Eu estava estranhando estar vendo os leões tão de perto, mas depois reparei que no Rio como é jaula, tem uma área de sergurança que as pessoas não podem entrar, mas aqui eram só os dois lados de um vidro, como quem está separado só por uma janela... com vidros reforçados. Para completar, os leões estavam se abrigando da chuva em uma área coberta, colados no vidro. Infelizmente a memória do meu celular já tinha acabado, então eu não tirei nenhuma foto dos leões, mas a Eri tirou e depois eu pego com ela.
A área dos tigres era perto dali e era mais ou menos no mesmo esquema, mas os tigres estavam se abrigando da chuva em uma espécie de caverna que ficava no meio do espaço.
Passando pelos tigres começou a chover mais ainda, e com uns relâmpagos muito medonhos. O céu estava quase completamente escuro (tipo na hora do pôr-do-sol depois que passa a fase avermelhada) e ainda eram 3 da tarde. Nós passamos pelos gorilas, e já que estávamos ali, resolvemos ver um pouco. A área dos gorilas parecia maior que a dos leões e dos tigres, mas também tinham mais gorilas dividindo o mesmo espaço. Nessa hora a chuva parou, mas por pouco tempo. Resolvemos que já tínhamos visto tudo o que queríamos, então agora era melhor irmos para a exposição de Leonardo da Vinci que estava tendo no museu de belas artes no mesmo parque de Ueno, e como era coberto, era melhor irmos para lá e apreciar da Vinci com calma protegidos da chuva. No caminho para a saída, eu lembrei que não tínhamos visto o panda. Ficava quase na saída, então fomos dar uma olhada, mas estava muito cheio de gente se abrigando da chuva. Tudo o que eu vi do panda foi a barriga dele (estava dormindo), mas depois que eu fui ver a placa com o nome da criança, tudo teve mais graça. O panda se chamava Ling Ling, não estou zuando.
Saímos do zoológico e fizemos um caminho meio grande até o museu, mas por burrada nossa.
Entrada para o museu na jidouhanbaiki, 400 ienes para estudante. OBA! "ATENÇÃO: a compra deste bilhete não dá direito à exposição de Leonardo da Vinci. Venda dos ingressos na bilheteria". Olhei em cima da bilheteria 1500 ienes. PORRA! Tudo bem, é da Vinci. Acabou que tinha um desconto de 300 ienes para estudante.
Entramos e vimos uma área com o quadro "A Anunciação". Era o original. Eu não sou muito de ligar se um quadro é original ou não, mas sei que a sensação foi diferente ao ver uma coisa que realmente esteve nas mãos de da Vinci. Dava para ver o relevo da tinta, dando para perceber em que direção ele passou o pincel e mais outros detalhes alheios a um leigo como eu.
Depois que passamos pelo quadro, tinha acabado a exposição. Como assim!? UM quadro!? Fomos procurar mais coisas, mas tudo que achamos foi uma exposição das eras Asuka e Kamakura (entre 500 e 1300 DC) com muitos vasos, armas e armaduras de samurais, kimonos, pinturas e escrituras, tudo absurdamente conservado (fora algumas estátuas budistas que estavam sem dedos e com algumas partes mais frágeis quebradas).
Eu particularmente gostei e olhei tudo com muito interesse, mas a Eri parecia um pouco entediada, e como exposições do Japão tem sempre por aqui e a exposição de da Vinci estaria por apenas mais um mês, fomos procurar em outro lugar. Engraçado como os funcionários na entrada desta sala onde o quadro "A Anunciação" estava pareciam não saber do resto da exposição, ou estavam de sacanagem com a nossa cara. Achamos uma placa que dizia que o resto da exposição era em um outro prédio, e esse sim, um andar inteiro só sobre da Vinci.
Subimos a escada rolante deste outro prédio e demos de cara com uma máquina voadora. Era uma espécie de asa-delta com formato de asas de morcego, com pedais e mais umas manivelas que controlariam o movimento das asas.
No hall de exposição tinham algumas réplicas digitais de quadros dele. Muito boas as réplicas, quase não perdem a qualidade (pelo menos não que eu tenha notado, mas alguém mais entendido ou alguém mais fresco pode não achar o mesmo). Esta parte contava a história da vida de da Vinci, e foi aí que eu soube que ele pintou poucos quadros (cerca de uma dúzia como dizia lá) e não publicou nenhum trabalho escrito, somente suas anotações e rascunhos que foram encontradas servem como base para saber as pesquisas que ele fazia. No meio da exposição (eu parava para ler tudo, é óbvio), uma japonesa com uma amiga param atrás de mim e uma diz para a outra, meio baixo "quando que ele dormia?". Realmente, pensar que ele fez tanta coisa em 67 anos parece impossível, mas é Leonardo da Vinci, não era qualquer um...
Acabamos de ver toda a exposição por volta das 7 e meia da noite (quase quatro horas rodando o museu) e meus joelhos doíam muito. Voltamos para Inage e fomos comer na Saizeriya (restaurante japonês de comida italiana, meio famoso aqui em Kantou pelo menos) meio que sem pensar (tem um quadro zoado da santa ceia lá). Comemos bem rápido devido a nossa fome de mais de 12 horas de jejum e fomos para a tsutaya (blockbuster japonesa) alugar alguma coisa. Alugamos um filme ruim de terror japonês (aliás isto é quase uma redundância, visto que pelo menos 90% dos filmes de terror japoneses são ruins) e um ÓTIMO filme chamado "World Trade Center" com o Nicolas Cage. O filme era a história de dois policiais que foram resgatados dos derstroços do prédio, mas acabou que só vimos um filme depois que chegamos, pois já estávamos muito cansados e já eram mais de meia-noite quando acabou o filme de terror. Amanhã nós vemos o World Trade Center.

Ouvindo: Duel Jewel - Kizuna ~Pray to Gray~